Bom, tudo começou quando me formei. As opções eram:
- Arrumar um bom emprego e ficar em Floripa (o que não aconteceu, emprego é uma coisa, BOM emprego é outra) ou...
- Voltar pra Mineiros.. (Nãããããõoooo Mineiros, não!!) Seria o fim da minha vida, o fim do meu humor.. Que exagerooo... mas pensar na possibilidade de voltar pra Mineiros realmente me abalava.
Eis que minha alma viajante começa a pesquisar sobre Spa em navios de cruzeiro. Depois de mta pesquisa sobre empresas, achei uma que me agradou e fui atrás.
E la estava a primeira pedra no meu sapato.. ENGLISH.
Até então a única coisa que eu falava era “Nice to meet you”. De lá pra cá foram longas horas de estudoo (a Tati é prova viva disso.. hehe).
Mandei currículo e aguardei a data da entrevista.
Nos dias próximos a entrevista já estava a um passo da loucura. Sonhava com letrinhas correndo atrás de mim... ahahahaha
Entrevista em São Paulo , num hotel 5 estrelas, terninho pra impressionar e dicionário na bolsa.
Primeira parte uma palestra informativa, lágrimas de emoção brotavam do meu olho a cada palavra que a Debora (recrutadora) dizia.
Segunda parte provinha em inglês... cheguei atrasada, sem dicionário e começou a tremedeira. Passei a prova importunando quem tava do meu lado pra pedir o dicionario emprestado, o tempo passou mais rápido que o normal, troquei palavras básicas tipo “call” por “tell” e ali vi minhas chances afundando.
Terceira parte prova oral, apresentar-se em inglês... Essa eu fui confiante, tudo na ponta da língua. Comecei bem, até que parei de olhar pela janela e vi um monteee de gente numa sala me olhando.. Prontooo!! Suei frio, as pernas ficaram bambas, as mãos tremiam e eu já nao sabia mais pq cargas d’água eu queria trabalhar num navio, nem qual era minha formação e mto menos o que é naturologia.
Última parte, prova prática. Fácil, fácil. Essa eu tiro de letra. E tirei mesmo!!
Voltando à Floripa era só aguardar 15 dias pelo resultado.
Eis que no 15° dia o telefone toca e eu ouço: “CONGRATULATIONS!!!”
Iupiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!!!! \o/ \o/
Minha cama virou pula-pula e minha mão brincou de esconde-esconde comigo não querendo ouvir o resultado. Tudo bem, faz parte do cordão umbilical.
Bom... aí é que começa o corre-corre.
Aulas intermináveis de inglês, filme em inglês sem legenda, músicas, livros, e-mails e por ai vai...
Todos os exames possíveis e imagináveis. O que me levou a ir pra Itapema, pois em Floripa é financeiramente impossível fazer exames.
Próxima parada Rio de Janeiro... Mtaaaa empolgação.
A viagem mais hilária que já fiz.
Começando pelo embarque. Quando a Pri é barrada no detector de metal, ao abrir bolsa, nada mais nada menos que um canivete. Sim gente um canivete. Não me perguntem porque. A moça anotou nossos nomes e poltronas. Durante o vôo fomos acompanhadas por um esquadrão anti-terrorismo. Hahahaha
Tudo certo no vôo, avião em solo eis que começa o meu pesadelo ao dar de cara com uma bunda maior do que a da mulher sei la que fruta, dentro de uma bermuda fio-dental, ‘coberta’ por uma meia-calça arrastão, às 19 hrs numa avenida movimentada. Eis que um grito incontrolável sai de dentro de mim, ao passo que gragalhadas incontroláveis da boca do taxista. Nota-se que tal bunda não era feminina e com certeza era mais dura que a minha.. affff
Mal sabia que o terror só estava começando. O taxista perdido, começa a subir um morro, onde só tinha gente estranha fazendo coisas estranhas. Eu já queria chorar e a Pri já estava mais branca que minha blusa.
Até que o motorista nos abandona numa rua nada linear, me rouba 50 centavos e lá vão duas branquelas arrastando malas, tentado se equilibrar e ouvindo a cada passo “cuidado”. Meu medo e minha fobia aumentaram qd entrei no albergue. Eu só queria catar minha mala e fugir dali.. Mas pra onde???????
Naquela noite eu não dormi!!!
No outro dia acordamos cedo, mapinha na mão e rumo ao pão-de-açúcar.
Informações erradas nos levaram à um praça onde vi por baixo de um cobertos 4 pés . Todos eles em decúbito ventral..... Entenderam??????
As 10 da manhã!!! Nesse dia meu café da manhã voltou.
Vimos uma viatura e corremos pra lá... Na tentativa de pedir informação pros policiais, eis que passa um ônibus e a polícia para o ônibus com a sirene só pra gente. Hahahhahaha
A praia vermelha é linda, o morro da Urca é lindo, mais ainda à noite, o Pão-de-açúcar é maravilhoso. Agora eu já estava mais calma, minha impressão do Rio já estava mudando.
Durante a semana foram horas de aulas sobre segurança em navios, salvatagem e primeiros socorros. Uma perda de tempo, com tanta coisa legal pra fazer eu passava as tardes ensolaradas em uma sala ouvindo abobrinhas, td bem faz parte do protocolo.
Os próximos dias foram de aulas práticas. Pronto o circo estava armado e eu era uma das palhaças.
Segura o colete, mão na boca e nariz, estica uma perna, dá impulso, fecha as pernas e cai na água. Rodinha pra calor humano, trenzinho pra nadar melhor, estrela pra identificação e subir no bote. Subir no bote foi difícil, mta força no braço, nas pernas, no abdomem e em todos os outros grupos musculares.
Na água Ok. Agora apagar incêndio. Mais uma piada.
Fogo equivalente à chama de um fogão industrial, 10 pessoas segurando a mangueira, jato pra refrescar e jato pra apagar.
Depois soltar a trava do extintor apertar o ‘gatilho’ e pronto.
Apta a salvar um navio.
\o/
Os outros dias foram destinados a horas no consulado italiano pra gerar um código de letras e números.
Horas no Consulado Americano pra responder perguntas toscas.
E mais de sete horas para exames e certificação norueguesa. O pior dia.
O médico me roubou 490 reais só pra emitir laudo em inglês e lacrar um envelope.
Mas, fim de chatices, agora era aproveitar.
Solzinho em Copacabana, cervejinha no Arpoador, passeio no Jardim Botânico, o Corcovado é maravilhoso. Teve até um casamento lá, depois ficamos horas deitadas no chão só olhando pro Cristo. Quem for pra lá faça isso, é maravilhoso.
Tentativa frustrada de ver o sol nascer, vento de quase 200km/hr jogavam areia que mais parecia uma faca cortando. E fim de viagem.
De volta à Floripa, saudade da correria no Rio, agora a correria era outra.
Fazer mudança. Uma semana pra encaixotar e eu não encaixotei nada. Esperei meu paizinho chegar pra me ajudar.
Em 3 horas tudo no carro, as portas de trás não dava nem pra abrir o vidro, senão er uma avalanche de coisas caindo. Tião foi esmagado entre o a porta e um ventilador, um saco de mixiricas pra passar o tempo nas paradas onde havia manutenção da rodovia, 1700 km percorridos no maior sossego, sem nenhum pneu furar, ainda bem, pq se tivesse que mexer nos porta-malas, seria uma tragédia. Garfos, panelas, sapatos, livros cairiam, é gente só faltou a farofa.
E ainda tive que escutar a seguinte piadinha do meu pai:
“Nossa filha, que bom que você está voltando pra casa. E ele respondeu por mim: não pai, só vim buscar mais dinheiro pra ir mais longe.”
Não achei graça. =\
Mas não deixa de ser verdade. Hehehe
Chegando em Mineiros, chuvinha junto (mas bem inha mesmo), maezinha em casa com a janta pronta, a casa um silêncio, procurei em todos os cômodos, não tinha ng escondido, nenhum balão, faixa ou coisa do tipo no meu quarto....
Tudo bem tudo bem... Minhas chegadas em Mineiros já foram mais emocionantes. Ahahahahhahaha
Bom isso realmente foi um resumo dos últimos meses. Mtas outras emoções, tragédias, acontecimentos... No mais estou mto feliz com tudo que está acontecendo( em todos os sentidos), to colhendo o que plantei!! Agora só alegria =D e saudades =(
Nenhum comentário:
Postar um comentário